É a divindade das plantas medicinais e litúrgicas.Agué é o Vodun das florestas, senhor das folhas, casas e raízes. Não há uma cerimônia do Candomblé que possa ser feita sem a presença de Agué, sendo ele o detentor da força e do Asé indispensável para todas as divindades. Agué é a chave que abre a porta da iniciação espiritual de qualquer ser humano.
Existem nomes que identificam Agué dentro do culto Ketú e Bantu, mas Agué é um Vodun originário do reino de Dahomé, fazendo parte de uma das famílias mais importantes da África antiga, a família Ungí.
Kò sí èwé kò sí Òrísà, sem folha não há Òrísá, sem folha não há asé, sem folha não há Candomblé. Agué carrega a cabaça onde guarda porções de encantamento e os segredos das folhas, o que o torna um grande feiticeiro. Tem grande ligação com Azanadô.
Agué foi comprado como escravo por ÒrúnMilá, que ordenou que fosse arar o campo para plantio. Chegando ao local, Agué recusou-se a cortar aquelas ervas, pois elas eram úteis para curar diversas dores. Sabendo disso, ÒrúnMílà não se irritou. Ele decidiu que daquele dia em diante Agué estaria sempre ao seu lado, para explicar-lhe as virtudes de cada planta.
Os filhos de Agué são pessoas equilibradas, mas não são capazes de controlar seus impulsos emocionais, são pessoas cordiais, diplomatas e orgulhosas. pessoas de boa índole, raramente gostam de fofocas, mas guardam todos os segredos que lhes são tontados.
Agué é um vodun que não anda sozinho. Caminha com diversos duendes que o ajudam a tomar conta da floresta. Tokorò e Tibiritin são espíritos que espalham as folhas nos dias de ventania. Um outro companheiro de Agué é Moburá, ser que mora dentro da árvore, quando se escuta a árvore falando é Moburá implorando para que não destruam a floresta, detentor do poder que existe dentro dos bosques. Mojoo é um pequeno duende que habita nas folhas, tem a responsabilidade de conduzir as flechas para que não firam as árvores. Arony é muitas vezes confundido com o saci por ter apenas uma perna. Duende de aparência feia, porém de grande importância na proteção das florestas. Tem um olho pequeno e outro grande, vê com o pequeno. Tem uma orelha pequena e outra grande, ouve com a pequena. É aquele que toma conta para ser humano algum chegar a morada de Agué.
Àsá ò erú èjé!
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Chega ao fim mais uma série do Espaço Cultural Apejá Omi Onjé Dìdún. Série falando sobre a existência e o culto de uma das famílias mais importantes da África antiga, a família Ungí. Família essa que é formada por Voduns que tem como elemento principal a Terra. Existem sim nomes que identificam os Voduns da família Ungí nas demais nações, mas a Família Ungí é uma família constituída somente por Voduns do reino de Dahomé.
Dedico a série "Família Ungí" a todos os filhos dos Voduns que compõe a família da Terra. Em especial dedico à:
Mãe Madalena D' Nanà;
Huntó Rodolfo D' Jagún;
Mãe Geni D' Sapanà;
Ekedjí Cobrinha D' Bessen;
Ekedjí Thamires D' Bessen;
Egbomy Elaine D' Frekuen;
Doné Maria D' Iyewá;
Doté Marcos D' Iroko;
Hunvá Wallace D' Agué.
Dedico também a todos os membros da nação Djeje independente de seu seguimento.
Por: Huntó Douglas D' Odé