O Candomblé para mim deixou de ser apenas uma religião para se tornar um estilo de vida.

"Huntó Douglas D' Odé"

sábado, 10 de dezembro de 2011

Série "Ìyábàs as Deusas do Candomblé" Parte VI - Nanã

Deusa dos pântanos, representa a memória ancestral da humanidade pré-histórica. A mais antiga Ìyábà do panteon africano. Mãe de Obaluayè, Bessen, Frekuen, Iyewá, Iroko e Ossayn, Nanã é a senhora das águas paradas, numa referencia às águas primordiais de onde Òdúdúwà criou a Terra. Oriunda do reino de Dahomé, Nanã rege fisicamente, o estômago, os intestinos, a memória e os pés.

Mãe misericordiosa;

Afasta de meu caminho a Morte, afaste de mim os precalços.

Der-me felicidade e saúde;

Der-me vida e saúde;
Der-me amor e saúde;

Der-me dinheiro e saúde;

Força minha mãe!

Não deixa mãe, que a morte se aproxime de mim.

Nanã representa a memória transcendental do ser humano e o acervo das reações pré-histórica de nossos antepassados.  Sua origem  lendária parece estar ligada a povos que habitaram a África antes da chegada de Òdúdúwà, e seria ela a zeladora pela continuidade da existência da espécie humana. Nanã é responsável pelo esquecimento de vidas passadas. Senhora do livre arbítrio e da lama, matéria primordial para fecundação do homem.

Ibý ri Salubó!
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Finda-se aqui a série "Ìyábàs as Deusas do Candomblé", a última série que o Blog Apejá Omi Onjé Dìdún posta no ano de 2011. Desejo que todas Ìyábàs abençõe o ano e a vida de todos os leitores do Blog.


Encerro dedicando a série a todos os filhos destas grandes Deusas, que tem grande participação na vida da humanidade. Em especial dedico à:


Doné Cristiane D' Osún (Asé Omó Inà);
Egbomy Marli D' Oyá;
Doté Luís D' Iyansà;
Fomutinha Alessandra D' Iyobá ( Asé Bàbá Pitiodê);
Mãe Sabrina D' Iyewá;
Mãe Anastácia D' Iyemonjá (Asé Omó Inà);
Mãe Madalena D' Nanà.


E a todos que tem as grandes Deusas do Candomblé como composição de cabeça.



Osóssí Mojubá
Iyansà Ìyá Nlá
Bessen Aho bo boy
Olorun Modupé
Asé o.



Por: Huntó Douglas D' Odé

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Série "Ìyábàs as Deusas do Candomblé" Parte V - Iyemonjá.

Mãe dos filhos peixes, rainha dos mares. Filha da rainha do mar Olokun, habitante dos mares e oceanos. Senhora de todas as cabeças, Iyemonjá rege o discernimento humano. Uma ìyábà extremamente ciumenta, mas não demonstra , preferindo aguardar a hora da revanche. 

Grande mãe que o mundo abraça;

Braço do mar, que é o senhor do mundo;

Iyemonjá, mãe dos filhos peixes; 

Mar imenso;

Mar sem fim;

Mãe e senhora de nossas cabeças;

Senhora dos segredos de cada Asé;

Senhora das ressacas marítimas;

Mãe da hierarquia, mas mesmo sendo a senhora da hierarquia, consegue ser mãe e abraçar todos os filhos.

Poderosa e atraente, Iyemonjá quando invocada por que realmente a conhece, propicia favores e ajudas inestimável. Esposa de Osalá , única ìyábà que consegue dominar a fúria de Sangò. Responsável por trazer o Òrísà ao Orí do Iyawò. Sempre lembrada nas noites do dia 31 de dezembro, Iyemonjá é a mãe da virada de ano. Mãe da ÌyáRunsó, protetora das Ekedjís, Iyemonjá auxilia Sangò na doutrina sacerdotal.

Ìyá Masse Malè ìyábá orí ò.

Por: Huntó Douglas D' Odé

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Série "Ìyábàs as Deusas do Candomblé" Parte IV - Iyewá.


Senhora das brisas, dona de tudo que é selado. Divindade dos lagos, senhora da virgindade, protetora de tudo que é virgem. Seu nome significa beleza e graça, Iyewá dona das insígnias, princesa que habita no fim do arco-íris. Vodun originário de Dahomé, pertence a família de DanBirá, irmã gêmea de Bessen e Frekuen. Iyewá nasceu para ser o símbolo da pureza de todos os Òrísàs.

Ìyewá é livre;

A liberdade é a sua casa;

A casa de Iyewá não tem paredes e nem teto, a casa de Iyewá é o mundo;

Iyewá não tem dono, traça seu próprio destino;

Escreve sua própria história;

Rósea brilha no brilho das estrelas;

Reluzente acende o céu quando o Sol se põe;

Toda as cores do fim da tarde são de Iyewá;

O céu da tarde é o seu rosto;

A luz das estrelas seus olhos;

O barulho das águas sua voz;

O guizo das serpentes é o seu brado de liberdade;

Cobra não reconhece dono.

Representada pela cor branca do arco-íris, e pelo arco-íris que fica em volta da Lua, seu animal predileto é a serpente branca. Recebeu de Dan Wedo o poder sobre a vidência e da riqueza. Carrega consigo uma lança que ganhou de Ajunssun, um ofá que ganhou de Odé, carregando ainda como seu maio símbolo uma âncora.

Hý hó!

Por: Huntó Douglas D' Odé

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Série "Ìyábàs as Deusas do Candomblé" Parte III - Iyobá

Terceira e mais ciumenta esposa de Sangò. A mulher que vira rio, senhora das ilhas e penínsulas. Mãe da rivalidade. Dona da culinária afro, a mais ingênua das ìyábàs, Iyobá foi quem fundou a sociedade Gèlédè. Grande rival de Osún, senhora responsável pela água salgada da pororoca.

Iyobá toma a espada e vai para guerra ao lado de Ogún
Ela mata, ela morre ao lado de Ogún;
Ela é Ogún.

Iyobá toma o ofá e vai caçar ao lado de Odé
Ela caça, ela come ao lado de Odé;
Ela é Odé.

Iyobá yoma a coroa e vai reinar ao lado de Sangò
Ele reina, ela é rainha ao lado de Sangò;
Ela é Sangò.

Esquece como guerrear, esquece como caçar, esquece como reina, esquecer até de ser Iyobá. Ela vive pelo amor de Sangò e morre sem o amor de Sangò.

Usa escudo, veste-se de coral. Carrega consigo um Ofá que ganhou de Odé. Dona das águas revoltas, representa o aspecto masculino das mulheres (fisicamente) e a transformação dos alimentos crus em cozidos. Bastante conhecida pelo Itan onde ela recebe o conselho de Osún para decepar uma das orelhas para agradar ao esposo Sangò. Apesar de ser uma ìyábà é muito mais forte que muitos òrísàs oboró, pois venceu a luta contra Osalá, Sangò e OrúnMilá.

Obá xi xirè!

Por: Huntó Douglas D' Odé

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Série "Ìyábàs as Deusas do Candomblé" Parte II - Iyansà

Mãe dos 09 céus, habitante do maior rio da África, o rio Niger, senhora das tempestades, vendavais, furacões. Mãe da alegria, dona das flores coloridas. Senhora que caminha no mundo dos mortos, responsável por levar os espíritos desencarnado ao encontro de Olorun. Grande conhecedora da magia encantadora. Dona dos espíritos, carregadeira de ebó. Oriunda da cidade de Nupe/Tapa, Iyansà foi a esposa preferida de Sangò, casou-se ainda com Esú, Ogún, Odé e Obaluayè, e ajudou-o a conquistar diversos reinos pela África. 

Ilumina o céu na tarde escura;
Vento da morte;
Vento que traz a chuva;
Vento que destelha a casa do traidor;
Vento que deixa a chuva inundar a cidade;
Vento que destrói, que mata;
Brisa benfazeja que afasta as nuvens negras;
Vento da vida na tarde de Sol;
Vento que afasta a escuridão;
Vento que devolve a luz do dia;
Vento que encanta;
Vento que brilha;
Vento que refresca o rosto de amigo.

Sobrinha do rei Elempé. Esposa de Ogún com quem teve seus nove filhos. Iyansà é a mãe protetora de todods aqueles que escondem um segredo. Mulher que se veste de búfalo para caçar, mulher que toma a espada e vai a guerra, mulher que não perde batalha. Iyansà deusa dos ventos, comando os elementos, na ponta de seu Eruesin traz a magia da borboletas. Senhora da alegria e dos sorrisos. Iyansà mãe dos 09.

Epa hey y guerrey ìyá messan Orún.

Por: Huntó Douglas D' Odé

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Série "Ìyábàs as Deusas do Candomblé" Parte I - Osún

Na Nigéria, mais precisamente em Ijesá, Ijebu e Osogbó, corre calmamente o rio Òsún, a morada da mais bela Iyabá, a rainha de todas as riquezas, a protectora das crianças, a mãe da doçura e da benevolência. Generosa e digna, Òsún é a rainha de todos os rios e cachoeiras. Vaidosa é a mais importante entre as mulheres da cidade, a Iyalodê. É a dona da fecundidade das mulheres, a dona do grande poder feminino. 

Osún mãe da clareza.
Mãe que enfeita o filho com ouro.
Fabrica fortuna na água.
Cria crianças no rio;
Brinca com seus braceletes;
Colhe e acolhe segredos na areira.
Fêmea de quem macho, foge. Na água funda nas funduras das águas que correm . 
Osún do seio cheio de amor.

Osún recebe as oferendas de mulheres que desejam ter filhos. carrega consigo os predicados da beleza, uma ninfa das águas doces, senhora responsável pelo ovo, a maior célula viva. Sendo responsável ainda por diversas etapas da existência da humanidade, tendo como propriedade a fecundação, o nascimento e a criação da vida. Senhora do início da vida, tem a propriedade de vários utensílios do Ìyáwò dos àwon Òrísà. Esposa de Òsòòssí, com quem teve um filho chamado Ologún-Edé, logo em seguida casou-se com Sangò, foi a segunda esposa de Sangò, era que Sangò dava mais presentes, porém não foi a mais amada. Menina dos olhos de Òsalá, companheira de Ifá, Òsún recebeu de Ifá a propriedade de dá a vidência para aqueles que ela achasse merecedor.

Osún, mãe que ampara o filho no momento de dor, mãe que bate quando o filho erra. Mãe que acalenta o filho no momento de sofrimento. Osún é a mãe doce, meiga que a todos ama, Osún é aquela que vira leoa para defender um filho. Osún grande representante do amor, da bondade, do bom caráter e da boa educação. Protetora impulsiva das crianças. A mulher que conhece Osún não maltrata um filho, a mulher que conhece Osún não faz um aborto, a mulher que conhece Osún sabe o que é ser mãe.

Ora iye iye o fiderioman omin a bela ko odò Azirí Adolá.

Por: Huntó Douglas D' Odé