O Candomblé para mim deixou de ser apenas uma religião para se tornar um estilo de vida.

"Huntó Douglas D' Odé"

domingo, 17 de abril de 2011

*A semana santa e a Quaresma no Candomblé*

A Quaresma é oriunda da  religião Católica, que estendeu-se pelas demais religiões com exceção das Igrejas evangélicas. Sendo que para o Igreja Católica a Quaresma representa o renascimento e a volta de Jesus, já para o Candomblé a Quaresma tem um significado completamente diferente, onde o povo Iyorubá criou Oròs para respeitar a quaresma, já que a religião foi cultuada principalmente por negros escravos que eram obrigados a serem Católicos. Nos tempos primórdios quando chegava a Quaresma, o povo Iyorubá paravam suas funções e faziam a festa chamada Olorogún, pois para o Candomblé o período da Quaresma é o período que em que os Òrísàs entram em guerra contra o mal para trazer o pão de cada dia para seus filhos.

No dia da festividade chamada Olorogún, eram vestidos todos os Òrísàs do Asé e cada um dos Òrísàs vinham com um pequena trouxa, contendo a comida preferida de cada um deles. Todos dançavam os seus toques prediletos e no final saiam todos em fila dançando o Adarrun. Depois dessa festa os Òrísàs só voltavam no sábado de Aleluia.

Depois do Olorogún os atabaques da casas eram recolhidos, onde tomavam ebós, eram lavados com ervas, e tomavam Obori. Essa foi uma forma encontrado para fortalecer os Atabaques que são utilizados em todas as funções liturgicas.

No sábado de Aleluia, era feita uma grande festa em louvor aos Òrísàs, onde Ògún por ser o pai das guerras, traziam em suas mãos um grande cesto de pão para distribuir no salão. Representando o vencimento da guerra pela paz.

A semana santa representa para o Candomblé a criação do mundo. Por este motivo os candomblecistas devem vestir o branco nessa semana, e principalmente na sexta-feira santa, já que representa o dia que os Òrísàs desceram do Òrún para conhecerem a grande criação de Olorun, executada por Òdúdùwà.

Peço aos Candomblecistasque respeitem a semana santa, não pelo que ela representa para a Igreja Católica, mas sim pelo ela representa para nós do Candomblé. Usem branco, se não podem usar a semana toda coloque na sexta-feira, oferençam canjicas, pão, acaçás á Òsalá pedindo paz para o nosso Brasil. Protejam-se, usem o Contra-Egún, pois essa semana os Egúns ficam soltos, pois Iyansá está em guerra e não pode prende-los.

Òsóòsí Mojubá
Iyànsàn Ìyá Nlá
Bessen aho bo boy
Olorun Modupé
 
Atenciosamente,
Huntó Douglas D' Odé

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Série "Reino de Oyó - Família do Fogo" - Parte 05 - Encerramento

 Obá kawò
Obá kawò
Ò ò Kabiyesilè
Obá nikole 
Obá sèré awa ladò
Obidikú bambosè osè kawò

Obá Obá Obá
Dàdá Ajaká, o Banni
Obá Aganjú, Agojò Ibarú
Obá Obá Obá
Dàdá Ajaká, o Banni
Obá Afonjá, Agodò
Obá Obá Obá

Oni ká, Oni ká  n' òjé atetu
Badé, Badé Ìyatemin
Oni ká, Oni ká arayn aladeò
Oni ká n' òjé atetu
Àyírà maza erawò
Arewò, ale odò masse
Àyírà maza erawò
Arewò, ale odò masse
Iyé iyé kekeré loni joko Ìyábá 
Ale odò masse

Obá irú Loko
Obá irú Loko
ÌyáMasse, Oranyan m' òjé
Aganjú, Iyemonjá lekan
Àrá Loko layá, kobi ò Òrìsá
Obá Sòrún, àrá Obá n' òjé
Obá Sòrún, àrá Obá n' òjé.

Encerro aqui mais uma série da rede de blogs ministrados por Q.A Produções & Representações. Dessa vez a série relata a vida e os habitantes do Reino de Oyó, povo esse que é conhecido como a Família do Fogo. Encerro pedindo a pai Sangò e a toda sua família que abençõe todos que leram e lerão essa sérir. Dedico a Série "Reino de Oyó - Família do Fogo" à:

Mãe Senhora do Opò Afonjá (Im memoriam);
Todos os membros do Opò Afonjá;
Pedro D' Ibarú (Asé Omó Inà);
Djalma D' Àyírà (Asé Omó Inà);
Sandra D' Aganjú (Asé Omó Inà);
Tete D' Àyírà (Asé Omó Inà);
Irene D' Sangò;

Todos os filhos do grande Àlááfín de Oyó, todos que tem Sangò como composição de Ory e a todas as Ekesjís e Ogans que são confirmados para o grande rei.

Òsóòsí Mojubá
Iyànsàn Ìyá Nlá
Bessen aho bo boy
Olorun Modupé

Asé ô

Eu amo vocês todos os meu leitores!
 
Por: Huntó Douglas D' Odé

Série "Reino de Oyó - Família do Fogo" - Parte 04 - Banni & Oranyan



Banni é um Òrísà de culto, não podendo ser raspado na cabeça de ninguém, mas pode ser fundamentado na cabeça de Ekedjí, já que ela não toma a cabeça de seus filhos. É a filha mais nova de Oranyan e irmã de Sangò. Divide com Iyobá a propriedade da cozinha, Iyobá é a dona da cozinha, mas Banni é a senhora da arte culinária, Iyobá cozinha, mas eum enfeita e dá a arte final no prato é Banni. Rege todo tipo de alimentações pós cozimento. tem como simbologia a colher de pau, que acompanha os assentamentos, sendo que em alguns Asés usa-se 16 e em outros 2 colheres de pau.

Uma de suas mulheres, Torosi, que era filha de Elémpe, rei da nação Tapá (Nupé), foi a mãe de Sangò que mais tarde veio ser o rei de Oyó no lugar de seu irmão mais velho Dàdá Ajaká, Oranyan colocou seu outro filho, Eweka, como rei de Benim, e se tornou o Óòni de Ifé.

Oranyan após grandes vitórias, Oranyan torna-se o braço direito de seu pai em Ilè-Ifê, pois seus outros irmãos foram povoar regiões distantes, menos Obàlùfan Ògbógbódirin. Odùduwà ordena então que Oranyan conquiste terras ao norte de Ifé, mas Oranyan não consegue cumprir a tarefa e sai derrotado e, com vergonha de encarar seu pai, não volta mais a Ifé, com isso funda uma nova cidade e lhe dá o nome de Oyó, tornando-se o primeiro Oba Aláàfin de Oyó. Casado com Morèmi, uma bela mortal ,nativa de Òfà ,que se tornou mais tarde uma heroína em Ilê-Ifé, da qual tem um filho, que recebe o nome de Ajaká. Após algum tempo, Oranyan investe em novas conquistas e volta a guerrear contra a Nação dos Tapa, onde havia sido derrotado, mas desta vez consegue uma grande vitória sobre Elémpe, na época rei dos Tapa. Por sua derrota, Elémpe entrega-lhe sua filha Torosí, para que se case com ele. Retornando a Oyó, Oranyan casa-se com Torosí e com ela tem um filho, chamado de Sangò, um mortal, nascido de uma mãe mortal e um pai semideus, portanto com ascendentes divinos por parte de pai.
 
Por: Huntó Douglas D' Odé