O Ilè Asé Iyá Nassô Oká é o primeiro Monumento Negro a ser considerado como Patrimônio Histórico do Brasil desde 31 de maio de 1984. O Tombamento foi efetuado em 14 de agosto de 1986 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Brasil, o IPHAN.
Bàbálawò Ivanir dos Santos |
Os anos se passaram e o Candomblé foi tomando força não só pela Bahia, mas sim por todo o país. Atores, Advogados, Médicos, Juízes, Jornalistas, Negros, Brancos, Pardos e todos aqueles que se sentiam a vontade passaram a freqüentar casas de Candomblé e assim o Candomblé começou a ser respeitado por todo território Brasileiro.
Os sacerdotes e sacerdotisas como Iyá Nassò, Mãe Menininha dos Gantois, Tata Fomutinho, Tata Ciriaco de Tumba Junsara e outros terminam suas missões no Aiyè e voltam ao Orún, dando assim lugar a uma nova geração de Sacerdotes para continuarem lutando pelo Candomblé. Essa nova geração de guerreiro do Candomblé consegue com que a Legislação brasileira implante Leis que defendam o Candomblé, leis que amparam os membros do Candomblé contra preconceitos. É criada no Brasil a CCIR, Comissão de Combate a Intolerância Religiosa. Um dos grandes nomes da CCIR é Interlocutor da comissão Bàbálàwò Ivanir dos Santos, que vem lutando ao longo dos anos contra a desigualdade e discriminação, de qualquer gênero, em especial da discriminação religiosa.
Caminha contra Intolerância Religiosa |
Em 2008 a CCIR inicia um novo projeto para a união entre os povos das mais diversificadas religiões a “Caminhada contra a intolerância religiosa”. No ano de 2008 com um movimento ainda pequeno a CCIR conseguiu reunir na Avenida Atlântica – RJ uma base de 10.000 pessoas. O movimento tomou força e se repetiu nos anos de 2009, 2010 e 2011, a cada ano duplicando, triplicando a quantidade de pessoas, o movimento vem crescendo, os Candomblecistas vêm tomando consciência que é uma das formas de ser respeitado pela religião que professa. Assim todos começam a vestir sua roupa branca e vem chegando devagar para fazer parte de um dos movimentos que está dando continuidade ao trabalho que começou há séculos pelas mãos de Iyá Nassô.
Mãe Stella D' Òsóssi |
Uma ótima safra de pessoas que lutam pelo Candomblé e que amam o que fazem invade não só a Bahia e o Rio de Janeiro, que são os estados que o Candomblé mais perpetuou, mas sim todo o Brasil. Cada um da melhor forma que encontrou leva o Candomblé cada vez mais pra frente, pessoas como: Marcelo Fritz com o jornal “ICAPRA”, Bàbálorisà Wagner D’ Osóssì com o jornal “A voz do Candomblé”, Iyálorisà Regina D’ Osóssì com seu programa de rádio “África e seus mistérios” e com sua rádio online a rádio “Igbá Odé”, Doté Luís D’ Iyansà com seu programa de rádio “Acorda Vodunci” e com os DVD’s de festas de Òrísás, Mãe Stella D’ Osóssì com seus livros “Osóssí o caçador de alegrias, Meu tempo é agora” e outros, Mãe Beata D’ Iyemonjá com seu livro “O caroço do dendê e com a sua campanha que muito contribuiu no SENSO 2011 a campanha “Quem é de Asé diz que é”, Huntó Douglas D’ Odé com o blog “Apejá Omi Onjé Dìdún” e palestras em casas de Candomblé para conscientização sobre o que é Candomblé”, Bàbálorisà Yango D’ Obaluayè com o “Agen Afro”, Bàbálorisà Cido D’ Osún com seu livro “A panela do segredo” e tantas outras pessoas que lutam pelo Candomblé de forma limpa e com força para continuar lutando por uma religião milenar.
Doté Luís D' Iyansà |
O Candomblé ainda pode ser muito melhor do que está hoje, basta seus membros se unirem cada vez mais para perpetuação da nossa religião. O candomblé já sofreu uma mudança muito significativa, há séculos quem era de Candomblé era morto na fogueira da Inquisição, hoje quem discrimina uma pessoa por ser de Candomblé responde a processo. Sim, o preconceito contra as religiões de matrizes africanas ainda é muito grande, mas só iremos conseguir acabar de uma vez com o preconceito quando os membros do Candomblé não tiverem mais vergonha de dizer que é de Candomblé, quando os pais ensinarem a seus filhos a falar que é Candomblecista quando perguntado na escola, quando deixarem de dizer que são Católicos só para não serem discriminados. Hoje os Candomblecistas têm o direito de acender uma vela na encruzilhada assegurado por lei. Quantas coisas o Candomblé conseguiu através de uma luta que dura há anos.
O Brasil é um país altamente influenciado pela África, a influência chega a um ponto da África já ter sido homenageada diversas vezes em escolas de samba, a vez mais recente foi em 2007 pela escola Beija Flor de Nilópolis com o enredo “África, do berço real à corte brasiliana” e em 2012 pela escola Vila Isabel com o enredo ” Você semba lá. Que eu sambo cá! O canto livre de Angola”.
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Por: Akòwé Ofá Dourado
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